Os Marcos Falados.

sábado, 10 de outubro de 2009

Sempre tive uma dúvida: Por que todos os escritores que conheço têm mais que 40 anos? Isso me perseguiu por muito tempo. Qual era a deles? Simplesmente quando se completa 40 anos a sua cabeça dá um clique e de repente BAM! Sou um escritor renomado?

Tem algo haver com os editores, que só respeitam aqueles que atingiam essa marca? Ou seria o público que não suportaria alguém jovem se dando bem?

Mas tinha coisa que eu sabia ser necessária, e isso era a experiência. Mas ela é sinônimo de idade? Que eu saiba não, apesar de que a idade ajuda. Se fosse, o mundo não estaria do jeito que está, não é?

Esses e outros argumentos eram feitos por minha pessoa enquanto estávamos sentados em um bar de esquina, próximo ao Apocalipse. Éramos um grupo jovem e notável, embora a nossa notabilidade nunca tenha sido conhecida. Quando se junta em um bar filósofos, escritores de fantasia, desenhistas, publicitários e jornalistas, a conversa tende a ser marcante e digna de histórias.

Todos amadores, sim, mas tão ou talvez melhores que os profissionais. O núcleo filosófico da grande mesa (enfeitada com garrafas de cerveja) discutia porque filósofos mortos eram mais respeitados que os vivos. E mesmo dentre os mortos havia uma hierarquia, aonde os mortos há mais tempo são ainda mais respeitados que os que morreram recentemente. Abandonei uma discussão sobre o inferno que está se saindo um senador dos jornalistas e me incluí no outro papo. Falei que não era só com filósofos, mas com escritores também. Eles me incluíram na conversa, dizendo que sentiam a mesma coisa que eu, e coisas do tipo.

Foi então que o meu sentido de escritor boêmio crítico, aliado com a bebedeira, começou a funcionar. Será que um dos efeitos do apocalipse era o de causar indignação? Eu iria acabar tendo um ataque invejoso? Certo.

E lá fora o Apocalipse comia solto, enquanto as pessoas entravam em um transe muito brega e bizarro, que eu tenho o desprazer de conhecer. Vai ver esse era o humor de Deus. Fazer um circo de aberrações bizarras. Já estou até rindo. Há Há .

Ao final de nossas cervejas, atravessamos o brega bloco de pessoas suadas e semi-nuas, que se chacoalhavam loucamente de um lado para outro, e fomos nos preparar para uma manhã de ressaca.

Platão eu te odeio.

2 comentários:

Augusto Molkov disse...

Olha...

Senti inveja e queria estar lá. :-)

Viu, isso é um grande elogio.

Augusto Molkov disse...

A é... eu não vou mais comentar no seu blog e nem "divulga-lo" no meu. Tu não faz o mesmo. Bobo!