segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Mais um micro-conto, o tema desse é Rabugice.
-Mas que senhor idoso mais rabugento e decrépito esse era- disse um dos três, o mais velho deles- Imagine só, crianças inofensivas, e ele perdia a voz com elas todos os dias.
-Acalme-se irmão, assim sua boca vai começar a espumar- disse o do meio, que era gêmeo do mais velho, apesar de ter nascido um dia depois.
-Não estava com raiva, irmão meu, e sim ponderava sobre os fatos.
-Sim, eu imaginaria que você ponderaria, mano- disse o mais novo.
-O quão ingrato era esse idoso, não era?
-Sim, ele é. Não sei por que continuamos com esse emprego, sendo que temos tantos outros, e bem mais importantes.
-Mano, esse é o único que teremos...
-E teríamos...
-Sim, isso daí também, então é o único trampo que poderemos...
-E poderíamos...
-Agir de forma mais independente, saca?
-Já havia entendido isso antes, “mano”. Mas sempre perdemos uma data importante...
-Isso depende do ponto de vista. Afinal, o que somos?
-Realmente.
-Melhor não irmos para essa área de discussão.
-Sempre odiei quando nossos debates ficavam paradoxais. Nunca deu pra absorver nada. Assim como aquele senhor idoso não deve ter absorvido nada que lhe mostramos.
-Você é tão rabugento quanto aquele velho.
3 comentários:
hausuhasuhsa
sim sim, esse ficou ótimo
Eu preferi o outro. Esse ficou meio "interno".
Olha, teias de aranha.
Respeita a cidade e tudo o que há nela?
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